terça-feira, 22 de março de 2011

Matérias

- A redublagem de CDZ

  Nos últimos meses, entre os fãs de animê, não se falou em outra coisa, senão o retorno triunfal (hiperbolicamente falando como alguns ou não) de uma série que marcou a infância e a adolescência de muita gente há alguns anos. Mas como ter certeza de que a série fará o mesmo sucesso estrondoso de antigamente?
    Bem, se já se tem à disposição a animação, o que falta? As vozes. E isto quer dizer que a palavra ''redublagem'' incomoda, e muito, mesmo àqueles fãs não tão fervorosos.
    Este texto não tem objetivo de falar bem, tampouco inferiorizar, mas fazer com que os fãs tenham opinião formada, sobre dublagem, e sobre informação recebida por diversos meios.

A Redublagem
    É de conhecimento geral que o estúdio Gota Mágica, de Mário Lúcio de Freitas, não existe mais. Portanto, outro estúdio deveria ser escolhido para redublar a série.
    Mas...por que isso? Dizem que as Masters da Manchete de perderam, mas ninguém pode ter certeza do fato.Além do mais, 114 episódios se perderem de uma vez é no mínimo estranho.
    Mas, não entrando em detalhes, a Álamo de São Paulo, responsável por outras dublagens de animês, como Dragon Ball Z (que, parece, a Toei gostou muito) foi a escolhida para fazer a nova versão dos Cavaleiros de Atena. O grande problema seria mudar drasticamente personalidades conhecidas por todos, que marcaram, como foi feita com a voz do Goku criança em Dragon Ball e Dragon Ball GT, alterando de um garoto inocente e engraçado(feito por Noeli Santisteban), para um pirralho retardado.
    Decidido que todo o elenco anterior seria mantido, o próximo passo foi escolher as vozes que substituiriam os atores falecidos e os que não poderiam trabalhar. Desrespeito, heresia? Pode ser, mas o fato é consumado.
    A primeira foi a voz da Marin, anteriormente feita por Gilmara Sanches (a primeira Sailor Mercury), desta vez foi Isabel de Sá quem a fez, e apesar de obviamente estar diferente, absolutamente está inferior, muito pelo contrário, é um dos bons destaques desta "nova-velha" dublagem.

As Vozes
    Todos os Cavaleiros de Bronze principais estão com suas originais vozes. Claro, o tempo passou e algumas estão diferentes.
    Acho que a maioria dos que estão lendo, chegou a assistir à Saint Seiya Hades - Sanctuary Chapter, e notou a diferença nas vozes originais para as brasileiras.Isto quase nada tem a ver, são idiomas diferentes, versões diferentes, e com exceção de algumas atuações japonesas (como o Shun de Andromêda) muito menos artificiais que suas correspondentes brasileiras, ambas são excelentes versões.

Substituições
    Os Cavaleiros de Aço, foram feitos na primeira dublagem por dubladores consagrados que já tinham emprestado suas vozes para outros personagens na série. Quando decidido que a série seria redublada, mas do que justo que as três fossem feitas por outros atores, até mesmo para evitar o desgaste das vozes. E qual não é a surpresa quando são escalados dubladores mais do que presentes na mídia, na maioria das produções dubladas em São Paulo?
    Há muitos dubladores novos e talentosos, apenas esperando a chance de dublar, e a tem negada. Esperamos que a situação mude...

Erros
    Não sei se todos chegaram a perceber, mas nesta nova dublagem há uma incrível gama de erros forçadamente incluídos.
    Um dos pretextos para esta nova dublagem era acabar com os erros da anterior, e isto incluía nomes e golpes. Ora, ''Mino'' ainda está lá, ''Venha Cobra!'' também, então o que está havendo?
    Tem que haver uma clareza de idéias, um consenso. Se redubla em razão de erros, qual é o motivo para deixá-los lá?
    Se for questão de que estes marcaram a infância, então não haveria motivo para redublagem (obviamente, não se tocando no ponto já citado, sobre o sumiço das masters).

Comparações
    Muito tempo se passou desde que a primeira dublagem, quando Hermes Baroli tinha 16 anos, para cá. Claro que a voz dele mudou. Nos primeiros capítulos talvez ele estivesse um pouco ''preso'', mas ao longo melhorou muito!
    Aliás, falando em primeiros capítulos, algo que diferenciou muito foi a voz da Shina de Ofiuco (e não de Cobra). Na primeira versão do primeiro capítulo, ela fora feita por Patrícia Scalvi (Megumi de Samurai X), porém nos capítulos seguintes pela Maralise, quem fez a amazona pelo resto da série.
    Um ponto positivo para esta nova dublagem, é que as reações (gritos, risos), agora estão sendo feitas pelos próprios dubladores, diferente da primeira dublagem.

A Direção
    Gilberto Baroli fora da direção de Cavaleiros do Zodíaco, é como Gilberto Baroli fora da direção de Sailor Moon e Dragon Ball, e por experiências anteriores, isto não é nada bom...
    Por motivo de prazos de entrega, justifica a Álamo, Baroli não pôde dirigir, e foram escolhidos outros dois diretores - Wendel Bezerra e Wellington Lima - para acelerar a dublagem da série. O porquê de Baroli não ter sido escolhido para dirigir ao lado de mais um dublador, isto os fãs não sabem - e se perguntam.
    Algumas vezes dá pra sentir alguns dubladores meio que 'presos', como se tivessem se contendo (coisa que deu para notar em alguns personagens redublados pelos originais em Dragon Ball).

Concluindo
    Apesar dos pesares, esta nova dublagem está muito acima do nível. Francisco Bretas, Hermes Baroli, Letícia Quinto, Élcio Sodré, Leonardo Camillo e Gilberto Baroli, como sempre estão impecáveis. Grande destaque também à Luciana Baroli que está conduzindo muitíssimo bem a personagem Shunrei (que não fora feita por ela na outra dublagem), para Isabel de Sá (como já foi dito), Marcelo Campos (que apesar de tudo continua fazendo três personagens: Jabu, Misty e Mu - e muito bem) e para a excelente atuação de Cássius Romero como o ''inútil e televisivo'' Cavaleiro de Fogo, que ficou muito mais interessante.
    Agora é esperar para conferir a dublagem das sagas posteriores dê show, e que vozes consagradas, continuem fazendo parte da redublagem.

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